Delegacia de Homicídios conclui investigação de assassinato de servidor público ocorrido em 2024
Uma equipe da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), comandada pelo delegado Leonardo Leite, concluiu o inquérito policial, que investigou o desaparecimento e o homicídio do servidor público Williamson Kleiton Magave Santos, de 38 anos, ocorrido em agosto de 2024, em Macapá.
O caso teve início com o registro do desaparecimento da vítima, moradora do bairro Jardim Felicidade I, que havia saído de casa e não retornou. Ele deixou dois filhos.
As diligências iniciais tinham como foco apenas sua localização, mas a investigação tomou um novo rumo após a confissão do indiciado, identificado como E. F. S. P., de 42 anos, conhecido como “pastor Eudes Rayzha Rayffha”. Ele admitiu envolvimento na morte e indicou o local onde o corpo havia sido ocultado. “Num primeiro momento ele mentiu dizendo que receberia cerca de R$ 1500 reais, mas depois da investigação descobrimos que ele criou essa narrativa, mas foi ele mesmo o executor do crime”, disse o delegado Leonardo Leite.

O crime
No dia 2 de setembro de 2024, equipes da DHPP localizaram o corpo carbonizado da vítima em uma área de mata no km 40 da BR-210, na zona rural de Macapá. Exames periciais confirmaram que se tratava de morte violenta, seguida da carbonização do corpo.
Durante o interrogatório, o indiciado revelou ter sido contratado por uma terceira pessoa para atrair a vítima até sua residência, mediante a promessa de pagamento de R$ 1.500,00. De acordo com o depoimento, essa pessoa e outros dois homens, um deles armado, levaram Williamson até o local onde o crime foi consumado de forma cruel e premeditada.
As investigações também descobriram que o indiciado utilizava identidade falsa, afirmando ser israelense, mas na verdade era foragido do Estado do Pará, com mandados de prisão em aberto. Ele já respondia a quatro processos criminais pelos crimes de homicídio qualificado, estupro e roubo.
Com a quebra do sigilo telemático e telefônico, autorizada pela Justiça, a DHPP conseguiu acesso a dados e conversas que ajudaram a esclarecer os fatos. A análise técnica excluiu a participação da pessoa que teria contratado o crime, comprovando que ela não estava fisicamente em Macapá no dia do homicídio.
Durante a perícia, os investigadores encontraram fotos da motocicleta da vítima no celular do indiciado, onde o veículo aparecia sendo pintado, o que reforçou o vínculo direto entre o suspeito e os bens da vítima após o crime.
Com base nas provas colhidas, a Polícia Civil consolidou a autoria e a materialidade do crime, concluindo o inquérito com o indiciamento de E. F. S. P. por homicídio triplamente qualificado, crime de natureza hedionda, previsto no artigo 121, §2º, incisos II, III e IV, do Código Penal Brasileiro, que trata de homicídio cometido por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A DHPP destacou que a investigação foi conduzida com rigor técnico e observância dos protocolos legais, permitindo a reunião de provas seguras e conclusivas sobre a dinâmica do crime e a identificação precisa do autor.
“Foi um trabalho minucioso, com cruzamento de informações, análise pericial e acompanhamento judicial, que resultou na elucidação completa do caso”, ressaltou o delegado.










