Operação “Cobro Final” é deflagrada contra esquema internacional de agiotagem e lavagem de dinheiro; valores chegam a R$ 60 milhões

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Amapá e do Núcleo de Investigações (Nimp), em ação conjunta com a Polícia Federal (PF), desencadeou a operação “Cobro Final”. A ofensiva teve como objetivo cumprir vinte mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva nos municípios de Macapá (AP) e Teresina (PI).
A operação é resultado de uma investigação iniciada após uma denúncia anônima recebida pelo disque-denúncia do Gaeco (96) 99115-9123. As apurações revelaram a existência de uma organização criminosa formada majoritariamente por estrangeiros, principalmente colombianos, dedicada à concessão de empréstimos irregulares com juros abusivos e cobranças diárias, prática conhecida na Colômbia como “cobro”.
Além da agiotagem, o grupo mantinha um esquema estruturado de lavagem de dinheiro, operando através de duas empresas de compra, venda e aluguel de veículos, bem como utilizando contas de “laranjas” para pulverizar valores e ocultar a origem ilícita dos recursos.
De acordo com o MP-AP, as vítimas que não conseguiam quitar as dívidas eram alvo de ameaças, agressões e tinham bens tomados pelos agiotas. Entre 2023 e 2025, a organização movimentou mais de R$ 60 milhões provenientes das atividades criminosas.
Os investigados poderão responder por usura (agiotagem), organização criminosa, lavagem de capitais, ameaça, lesão corporal e exercício arbitrário das próprias razões. Somadas, as penas ultrapassam 23 anos de reclusão, além de multas.








