Cultura

Um pouco além do arquipélago, onde acho que Deus mora”: em evento que faz alusão ao Dia do Escritor, Fernando Canto lança sua primeira obra póstuma

O Serviço Social do Comércio (Sesc Amapá) promoverá, no dia 30 de julho de 2025, uma programação em alusão ao Dia Nacional do Escritor, celebrado em 25 de julho. O evento acontecerá no Salão de Festas Maison Nuance, em Macapá. O evento literário reunirá leitores, autores e admiradores da cultura regional para o lançamento póstumo do livro “Um pouco além do arquipélago, onde acho que Deus mora”, primeira obra póstuma de Fernando Canto (in memoriam), além da apresentação de obras de 22 autores amapaenses.

Em fevereiro de 2025, Fernando Canto (in memoriam), Luiz Jorge Ferreira, Elton Tavares e Lorena Queiroz, lançaram o “Antolobares“, segunda obra póstuma do nosso querido Fernando, que partiu para as estrelas em outubro do ano passado.

Será um reencontro com a sensibilidade e a força poética de Fernando Canto, cuja escrita atravessou as margens da Amazônia com lirismo, identidade e resistência do autor falecido em 2024.

Na nova obra, o autor conduz o leitor por uma travessia entre o sagrado e o cotidiano, em uma coletânea de prosas poéticas, contos, crônicas e poemas que misturam espiritualidade e memória.

O livro mergulha na paisagem afetiva e simbólica do Bailique, nas raízes da Samaumeira e nas águas dos rios amazônicos, com imagens que transformam a experiência literária em um ritual de pertencimento. O título sugere essa busca pelo invisível, onde “nada é sagrado ou profano, mas uma constelação de palavras estreladas”, como diz Fernando no prólogo.

Mais do que um lançamento, o evento é uma celebração ao legado de Fernando Canto. Natural de Óbidos (PA), mas radicado no Amapá, ele foi sociólogo, professor, poeta, cronista, contista, dramaturgo e músico. Fundou o Grupo Pilão, participou de festivais com músicas premiadas e publicou mais de 20 livros autorais e participou de muitas coletâneas. Além de ter alguns ainda inéditos. Sua obra mistura a estética amazônica com reflexões profundas sobre cultura, política e o existir na floresta.

O novo livro, como seus títulos anteriores — Mama Guga, O Centauro e as Amazonas, Canção do Amor-Enchente —, reafirma sua posição como um dos grandes intérpretes da Amazônia. Em vida, Fernando escreveu com beleza, militância e uma brasilidade que não esquece o cheiro de terra molhada nem o som das águas barrentas.

O evento promete emocionar, reunir nomes da literatura amapaense e destacar novas vozes, o que mantém viva a centelha de um escritor que soube, como poucos, transformar o Amapá em poesia.

Mais sobre Fernando Canto

Fernando Pimentel Canto foi e é uma figura de destaque no cenário cultural e acadêmico, com uma trajetória marcada por conquistas e contribuições significativas. Sua formação acadêmica sólida, com graduação em Ciências Sociais, pós-graduações em Metodologia de Projetos Urbanos e Municipais, Teoria Antropológica, Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental, mestrado em Desenvolvimento Regional e doutorado em Sociologia, reflete sua dedicação e interesse em diversas áreas do conhecimento.

Ao longo de sua carreira, ele desempenhou papéis importantes em instituições de ensino, órgãos públicos e na produção artística. Sua atuação como professor, diretor de escola, coordenador de projetos culturais e assessor em diversas entidades demonstra seu comprometimento com a educação e a cultura.

Sua criatividade e sensibilidade artística transparecem em sua produção literária diversificada, que inclui contos, crônicas, poesias e obras científicas nas áreas de sociologia e antropologia.

Com livros como “Adoradores do Sol”, “O Bálsamo”, “Fedeu Morreu” e “Equinócio”, Fernando Canto foi reconhecido pelo seu talento e versatilidade como escritor. Sua participação na “Mostra da Literatura Obidense” em 2010, na Casa da Cultura de Óbidos, é um reflexo do reconhecimento de sua obra e da importância de sua contribuição para a cultura local.

Cronologia literária de Fernando Canto

A cronologia literária de Fernando Canto inicia-se em 1984, com os livros Os Periquitos Comem Mangas na Avenida e São José de Macapá – Roteiro Poético. Em 1987, lançou Telas & Quintais. Em 1992, publicou Fedeu, morreu, seguido de O Bálsamo e outros Contos Insanos (1995). Em 1998, saiu a 2ª edição de A Água Benta e o Diabo. No ano 2000, lançou Amapátria, e, em 2004, Equino Cio – Textuário do Meio do Mundo. Veio então Adoradores do Sol – Novo Textuário do Meio do Mundo (2010), Piratuba, a cantoria do lago – Viagens de um poeta-cantador em sua nave tronco (2011), e Canção do Amor-Enchente (2012). Em 2014, publicou Vertentes Discursivas da Fortaleza de São José de Macapá e o e-book Os Tempos Insanos. No ano de 2017, lançou três obras: Literatura da Pedras, O Marabaixo através da História e Mama Guga: Contos da Amazônia. Em 2023, publicou Universidade Equatorial: uma aventura acadêmica, O Centauro e as Amazonas, a 2ª edição de Fortaleza de São José de Macapá: Vertentes Discursivas e a 3ª edição de A Água Benta e o Diabo.

Ficha técnica:

Título: Um pouco além do arquipélago, onde acho que Deus mora
Autor: Fernando Canto
Organização: Sônia Canto
Editora: Editora O Zezeu
Edição: 1ª edição
Ano: 2025
ISBN: 978-65-83350-25-1
Editores: Lulih Rojanski, Silvio Carneiro
Arte da capa: Lênio Mont’Alverne
Capa e diagramação: Estúdio RC Design
Fotos: Daniel Andrade/Gaia, Acervo pessoal
Revisão: Sônia Canto, Yurgel Caldas
Administrativo e comercial: Lulih Rojanski, Silvio Carneiro
Apoio: FAPEAP – Programa Literatura do Amapá – PROLIT (Chamada Pública nº 009/2024)
Coordenação do projeto: Prof. Dr. Yurgel Caldas (Unifap)
Bolsistas: Pedro Rocha (Unifap) e Pablo Machado (IFAP)
Catalogação: Aline Graziele Benitez – CRB-1/3129
Classificação CDD: B869
Mais sobre Fernando Canto

O legado de Fernando Pimentel Canto é marcado pela paixão pelo conhecimento, pela arte e pelo compromisso com o desenvolvimento cultural e social. Sua trajetória inspiradora é um exemplo de dedicação e talento, deixando uma marca indelével nas áreas em que atuou.

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